Assim como cuidar de um recém-nascido, preparar o solo é essencial para garantir condições adequadas para o crescimento e sobrevivência das plantas a partir das sementes que serão plantadas.

Para isso, é importante estabelecer concentrações adequadas de nutrientes e garantir sua disponibilidade, criando um ambiente favorável para a expressão do potencial genético das culturas. Isso ajuda a reduzir os custos do processo produtivo, que estão em constante aumento, e minimiza os riscos envolvidos na atividade.

Mas afinal, o que precisamos saber para realizar uma nutrição mineral correta das plantas?

Macro e micronutrientes

Na nutrição das plantas, existem 17 nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento. Esses nutrientes são elementos químicos, incluindo carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn). Além desses, alguns elementos, como sódio (Na), silício (Si), selênio (Se) e cobalto (Co), são considerados benéficos para algumas plantas. O carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O) são obtidos do ar e da água, portanto não são fornecidos às plantas por meio de adubos. Os nutrientes são agrupados de acordo com sua demanda em macro nutrientes (primários e secundários) e micronutrientes.

Critérios de essencialidade

Para um elemento ser considerado essencial, ele deve atender a três critérios de essencialidade: a planta não pode completar seu ciclo vital na ausência desse elemento, ele não pode ser substituído por outro com propriedades similares, e ele deve participar diretamente do metabolismo da planta. Mesmo que um elemento beneficie a planta de alguma forma, ele não será considerado um nutriente se não atender a esses critérios.

Observações no sistema produtivo

Para alcançar produtividades adequadas, é necessário garantir condições adequadas de disponibilidade de nutrientes. Impedimentos químicos, físicos e biológicos podem causar deficiências, toxidez ou até mesmo a morte das plantas, limitando seu desenvolvimento e crescimento. Portanto, é importante prestar atenção à construção do perfil do solo e estabelecer condições adequadas para o desenvolvimento das culturas, incluindo a faixa adequada de pH. O gráfico abaixo mostra que há uma faixa mais adequada de pH (entre 5,5 e 6,5), na qual os nutrientes estão mais disponíveis e o alumínio tóxico é neutralizado (a partir de pH 5,7).

Bases para o fornecimento de nutrientes

Além de garantir um pH adequado, existem alguns princípios básicos que devem ser seguidos na adubação:

1. Lei da restituição: para manter a fertilidade do solo, é necessário repor os nutrientes absorvidos pelas plantas e perdidos durante as colheitas.
2. Lei do mínimo: a produção é limitada pela disponibilidade do nutriente em menor quantidade.
3. Lei dos incrementos crescentes: as respostas ao fornecimento de nutrientes são proporcionais à quantidade aplicada.
4. Lei da interação/equilíbrio: alguns elementos podem interferir na absorção de outros, estabelecendo relações de antagonismo ou sinergismo. Portanto, a resposta da cultura é maior quando cada nutriente está na faixa adequada de disponibilidade.
5. Lei do máximo: o excesso de um nutriente pode afetar a eficiência de outro ou até mesmo causar intoxicação nas plantas.

A recomendação de corretivos, condicionadores e fertilizantes deve ser feita por um profissional capacitado para garantir a eficiência e reduzir os riscos, visando alcançar produtividades adequadas e a sustentabilidade econômica, social e ambiental do sistema produtivo.